Imagine entrar em um espaço onde cada palavra, silêncio ou gesto é recebido não como sintoma, mas como uma mensagem única do seu mundo interior.

Na psicanálise, o acolhimento e a escuta ativa não são técnicas protocolares, mas gestos éticos que transformam o encontro terapêutico em uma jornada de descoberta mútua.

Escuta Ativa: A Arte de Ouvir o Não Dito

A escuta psicanalítica é um exercício de presença integral. Não se trata apenas de ouvir palavras, mas de capturar o que se esconde nas entrelinhas.

Como ensina Lacan, a escuta envolve reconhecer o desejo do sujeito além das demandas superficiais. Um exemplo? Pacientes com burnout muitas vezes expressam, através da exaustão, um conflito entre o "dever social" e o desejo inconsciente.

Às vezes, o que cura não é apenas a interpretação, mas o espaço para o paciente ouvir a si mesmo.

A escuta qualificada reduz ansiedade e fortalece vínculos terapêuticos.

Acolher e escutar ativamente não são gestos passivos, mas atos que desafiam a lógica do diagnóstico rápido e do tratamento padronizado.

Na sua próxima sessão, lembre-se: cada palavra ouvida com atenção plena é um passo na reconstrução do laço social e do próprio sujeito.

A escuta analítica não decifra sintomas, ela os desvela como mensagens cifradas de um sujeito em busca de si mesmo.